Sejam Bem Vindos!

Espaço voltado para discussão de aspectos teóricos e praticos da estrutura e funcionamento dos recursos de informação baseadas nas novas mídias; e das implicações inerentes à adopção tecnológica em unidades de informação.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MARC

Indice

    9.1.Vantagens e desvantagens do MARC21………………………………………………………………………………………..12
         10.3.Ontologia Comum…………………………………………………………………………………………………………………..13
11.Conclusão………………………………………………………………………………………………………………………………………….15
12.Referencias Bibliográficas………………………………………………………………………………………………………………….16

 

Introdução

O presente trabalho aborda de forma significativos aspectos relativos ao formato MARC (padrão indispensável na catalogação de itens informacionais, uma vez que alicerça todas as formas de representação - descritiva e temática, de forma legível pelo computador), desde o seu surgimento, sua evolução, sua aplicação em unidades de informação, sua importância para os sistemas de recuperação da informação.
Como metodologia, foi utilizado o levantamento bibliográfico acera do formato MARC de modo a possibilitar a sua contextualização e a compreensão de todos os aspectos que lhe dizem respeito.
O principal problema encontrado na execução deste trabalho, é o facto deste tema ter muitas obras publicadas, o que criou dificuldade na configuração do resultado final.
















1.Evolucao do MARC e sua Aplicação nas diferentes unidades de Informação

1.1.Origens

O MARC surge a partir dos estudos realizados pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos da América (LC) sobre a possibilidade de usar os recursos computacionais para automatizar parte de seus serviços internos na década de 50. Na medida em que apresentavam resultados positivos, a direcção da Biblioteca decidiu convocar um grupo de trabalho integrado por bibliotecários e analistas de sistemas para encontrar uma forma de converter os dados das fichas dactilográficas, gerando o repertório bibliográfico. O sucesso das acções da LC extrapolou sua abrangência institucional, e o desenvolvimento de formatos bibliográficos nacionais gerou preocupação em vários países que começaram a discutir sobre a necessidade de dispor de um formato que permitisse a troca de informações entre instituições, dispensando a elaboração de programas de conversão de registos a cada vez que ocorresse intercâmbio entre essas instituições.
Começou desta forma, no início de 1966, um projecto-piloto para a LC estudar a possibilidade de fornecer às bibliotecas dados de catalogação legíveis por máquina. Este projecto-piloto denominou-se MARC – Machine-Readable for Cataloging – e teve como objectivo desenvolver procedimentos e programas de conversão, manutenção de arquivos e distribuição de dados compatíveis com o formato. A LC, em 1966, concluiu o trabalho de formulação de procedimentos, rotinas e programas de computador denominado MARC I, o formato do projecto-piloto que incluía somente a descrição de livros. O sucesso deste formato e as negociações e acordos realizados durante sua implantação levaram as bibliotecas a pensar em um formato padrão de comunicações, adequado não só ao intercâmbio de dados bibliográficos na LC, mas também às demais, surgindo o MARC II com o propósito de desenhar a representação física de documento, em um meio legível por computadores, capaz de conter informação bibliográfica de todo tipo de material. Realizou, ainda, um estudo de viabilidade para a elaboração de metodologias e formas de realização de Conversão Retrospectiva, projecto denominado de Recon (Retrospective Conversion), cujo resultado foi publicado em 1969.
Os modernos softwares de automação de bibliotecas estão facilitando esta tarefa, deixando a cargo do sistema a transformação dos dados de catalogação para o formato MARC, obedecidas, evidentemente, as características mínimas de descrição bibliográfica. Diferentemente da ISO 2709 e do protocolo Z39.50, o formato MARC é ferramenta de domínio exclusivo do bibliotecário que o utiliza na actividade de descrição bibliográfica.

1.1.1Uso do MARC nas Bibliotecas e nos arquivos

Para falar do uso do MARC, é necessário olharmos o contexto da sua criação, isto é, a produção de registo bibliográficos em suporte magnético que facilitava o intercâmbio entre Bibliotecas e Agencias Bibliográficas, facto que veio substituir o processo manual de registo de entrada de dados.
A partir desta altura, o formato MARC passa a ser utilizado por um grande numero de Bibliotecas para intercambio ou difusão de informações nas mais variadas formas e, por outro lado, assiste-se a conjugação do formato MARC e as regras AACR2 (Anglo American Cataloging Rules 2nd edition),  que permitiu o intercambio a vários níveis, tendo como consequência directa, a sua difusão nos países Latino-americanos e o Canadá adoptou o Canadian MARC.
Na Europa desenvolvem-se vários formatos de MARC, designadamente: UK MARC, para atender as necessidades bibliográficas do Reino Unido, INTERMARC, para atender a demanda bibliográfica da Bélgica, Franca e Reino Unido, simultaneamente.
Entretanto, o USMARK baseava-se nas regras AACR2 para a execução de processos catalográficos, o infoMARC, concebido e usado no Brasil, é projectado para Bibliotecas de médio e pequeno porte e é adequado à importação e exportação de registos em formato ISO 2709. Nesta lista, figura o Quick MARC que se caracteriza pela sua rapidez, razão pela qual é usado por grandes sistemas em termos de processamentos que executa.
Um fenómeno não menos importante tem a ver com a propagação da especulação em torno da morte do MARC, facto que foi salientado pelos brasileiros que ao cultivarem a ideia da próxima morte do MARK. Segundo o autor desta obra, todas as especulações acima referidas, giraram em torno dos conceitos dos catálogos bibliográficos que não se beneficiaram das vantagens oferecidas palas TICs o que denuncia o atraso registado na evolução da informação, face as mudanças dos últimos anos. Contra esta corrente, o autor salienta a seguinte citação:« integração dos padrões MARC e Unisist com a norma ISO2709 (ANSI Z39,2 nos EUA) com outros padrões mais modernos como metadados e o protocolo Z39,50 (ANSI Z39,50) para recuperação da informação, que, em conjunto com Internet mudaram completamente não só os conceitos de armazenagem, difusão e intercambio de dados e informações, mas abriram o acesso directo à informação a um numero de usuários muitíssimo maior, em escala planetária»
O sucesso registado no uso de MARC nas Bibliotecas, levou os Arquivos dos Estados Unidos a procurar uma forma de integrar este formato nos Arquivos, tendo levado a compilação do dicionário de elementos de dados para descrição Arquivística e na adaptação do MARC para o  controle de arquivos e manuscritos. O resultado foi o MARC – AMC. Vários países elaboraram, com base no MARC-AMC, diversos catálogos, repertórios e índices de tipo cooperativo e integrado, com destaque para os EUA, canada e Reino Unido.

2.FORMATO MARC21                

O MARC 21 que significa MARC para o século 21, surgiu em 1999, a partir da harmonização dos formatos dos Estados Unidos (USMARC) com o do Canadá (CANMARC) e, posteriormente, agregando o formato do Reino Unido (UKMARC).

2.1 Conceito de MARC21

O MARC21 é um formato de intercâmbio de registos em forma legível por máquina (computador). Armazena e transporta as informações.
  • Formato de intercâmbio: formato que possibilita a incorporação e interpretação de dados bibliográficos por sistemas e computadores diferentes;
  • Registo legível por máquina: significa que uma máquina, pode ler e interpretar o registo.
Segundo Ferreira (2000, p. 1), o formato bibliográfico MARC padroniza a representação descritiva automatizada dos acervos bibliográficos, e tem sido considerado um padrão a nível
Internacional. O MARC tem a função de promover a comunicação da informação evitando a duplicação de esforços em consequência do aumento de permuta de registos.

2.2 Principais Características do MARC21
Apresenta como principal característica a extensibilidade, a flexibilidade e o intercâmbio de informações de forma universal e instantânea.

2.3 Família MARC21

A família MARC21 é denominada de formatos concisos formada por cinco formatos coordenados: MARC21 para dados Bibliográficos, MARC21 para dados de Autoridade, MARC21 para dados de Classificação, MARC21 para dados de Colecção e MARC21 para Informações à Comunidade.
Os formatos da família MARC21 são complementares entre si, e com a utilização de todos é possível criar um registo bibliográfico para descrever o item e dar cabeçalhos para acesso, um registo de autoridade para cada cabeçalho no registo bibliográfico e um registo de colecção para cada cópia ou volume dos itens da colecção, além de divulgar informações não bibliográficas à comunidade e possibilitar a verificação da validade do número de chamada num tipo de controlo de autoridade.
Os formatos concisos MARC21 são padrões indispensáveis na catalogação de itens informacionais pois, alicerçam todas essas formas de representação de forma legível por computador.

2.3.1 Catalogar

Catalogar é criar formas de representação descritiva e temática para a organização, tratamento e recuperação de recursos informacionais. Pela catalogação é possível, em conjunto com as Tecnologias de Informação e Comunicação, o intercâmbio dessas representações entre redes de bibliotecas por meio da catalogação cooperativa, para disponibilizálas em ambientes informacionais.
Na área de representação da informação encontrase a catalogação descritiva e temática que, aliada às tecnologias, possibilitou a criação das redes de biblioteca, tal como são vistas actualmente, e dos catálogos colectivos on-line (catálogos de bibliotecas disponíveis no ambiente digital que possibilitam aos usuários realizarem sua pesquisa sem que seja necessário locomoveremse de um catálogo a outro, além de permitir o acesso de inúmeros usuários de forma universal e instantânea).
A finalidade da catalogação descritiva é a caracterização do documento através da análise bibliográfica e indicação de itens como: autoria, título, edição, imprenta, colecção, notas de série, especiais e outras.
Catalogação temática é a identificação do conhecimento contido no documento visando tanto à sistematização na colecção como a recuperação de informações referenciais para a selecção, com pertinência, relacionados com um determinado ou vários itens do conhecimento humano. Na catalogação temática podese incluir a indexação, acção de identificar um documento de acordo com o seu assunto.


2.3.2Características dos formatos concisos
Os formatos concisos apresentam características comuns, tais como: Estrutura, Designadores de Conteúdo e Conteúdo dos elementos que compõem o registo. A codificação também é similar, distintas principalmente pelo código do líder, pelos conteúdos e etiquetas que compõem os campos variáveis.

2.4 ESTRUTURA DO MARC21
A estrutura do MARC21 é composta por três elementos: Líder, Diretório e Campos variáveis, eles definem o layout para que os dados inclusos nesses campos previamente definidos sejam lidos e interpretados pelo computador e permitem que sejam criados registos de comprimentos variáveis, ou seja, é possível a inclusão de registos muito pequenos (como livros de ficção) e de registos muito grandes como vídeos.

i. Líder: o líder contém as 24 primeiras posições do registo MARC, com elementos que são identificados pela posição do carácter. Normalmente as informações contidas no líder são geradas pelo próprio sistema, “estes caracteres dizem ao sistema informações importantes sobre o registo e não sobre o que o registo está descrevendo” (FRITZ; FRITZ, 2003, p. 31, tradução livre).
ii. Directório: o directório, organizado em sequência numérica, informa as etiquetas presentes no Registo, onde cada campo começa, e os caracteres que cada campo contém.
iii. Campos Variáveis: os dados no registo MARC21 são organizados em campos variáveis (que podem ser repetíveis ou não) identificados por tags de três caracteres numéricos que são
Armazenados nos directórios. O termo tag é usado para referirse aos números, enquanto o termo campo é utilizado para referirse aos dados reais inclusos nos registros, associados às tags. Por exemplo, no MARC21 para dados bibliográficos, a tag 700 é referente ao campo ‘Entrada secundária Nome pessoal’, e vice-versa.
Para a descrição das tags é usada a notação XXX que representam os números que compõem um grupo de etiquetas.
Exemplificando, a notação 3XX compreende as etiquetas de 300 à 399. Há dois tipos de campos variáveis:
Iv.Campos de controlo variável: os campos de controlo variável (não repetíveis), não contêm indicadores de posição nem códigos de subcampos, somente dados ou séries de tamanho fixo de comprimento com dados identificados a partir de códigos pela posição dos caracteres. São os campos 00X.
v. Campos de dados variáveis: são os campos de 01X a 9XX, eles contém designadores de conteúdo (indicadores e códigos de subcampos) antes dos dados dos campos.
vi.  Indicadores: são as duas posições de caracteres que seguem a cada etiqueta. Cada indicador pode conter um valor numérico de 0 a 9, caso o carácter for em branco, usase o símbolo “#”, “o significado de cada indicador de posição deve ser interpretado independente um do outro, pois, cada um possui sua função específica.” (RIBEIRO; PASSOS JÚNIOR, 2002).
 Um indicador MARC é um código de um dígito (número ou espaço em branco) que dá ao sistema instruções sobre os dados encontrados no campo que o segue, alguns indicadores válidos existem para instruir o sistema em como arquivar os dados nos campos; outros dizem se é para indexar e/ou disponibilizar o campo e outros quando disponibilizar as etiquetas e quando exibir o campo na OPAC” (FRITZ; FRITZ, 2003, p. 51, tradução livre.) Podese referir aos indicadores como ‘primeiro indicador’ e ‘segundo indicador’, ou ‘indicador um’ e ‘indicador dois’, ou, ainda, ‘I1’ e ‘I2’. Ao referirse ao indicador, é necessário indicar a tag, pois, os indicadores têm significados diferentes em diferentes tags.
vii. Códigos de subcampo: o código de subcampo é formado por uma letra minúscula (ocasionalmente mediante um número), que identifica os dados que serão encontrados nos subcampos que o segue. Ele é antecedido por um delimitador, formado por um símbolo (@, $, £,) utilizado para separar os diferentes subcampos.
viii. Subcampos: a maioria dos campos contém vários elementos de informação. Cada tipo de dados dentro de um campo se chama subcampo (pode ser repetível ou não) e cada subcampo está antecedido por um código de subcampo. Ao referirse ao subcampo, é necessário indicar a tag, pois, os subcampos têm significados diferentes em diferentes tags.

3. Campos básicos do formato MARC 21

3.1Campos Descrição

0XX Informações de controlo, números e códigos
1XX Autoria (nome pessoal, entidade, evento)
2XX Títulos, edição, imprenta
3XX Descrição física
4XX Série
5XX Notas
6XX Entradas de assunto
7XX Entradas secundárias (nome pessoal, entidade, evento, título)
8XX Entradas secundárias de série
9XX Uso local

3.1. DESIGNADORES DE CONTEÚDO

Os designadores de conteúdo são: tags (etiquetas), indicadores e códigos de subcampos, ou seja, convenções estabelecidas para identificação e caracterização dos dados do registo e para suporte para a manipulação dos dados.

3.2. CONTEÚDO DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O REGISTRO

São os dados inclusos no registo, normalmente definidos por padrões fora dos formatos.
Para a realização do processo de catalogação descritiva e temática são utilizados códigos e normas com o fim de padronizar o resultado final, tais como: o AACR (AngloAmerican Cataloging Rules), as ISBDs (Internacional Standard Bibliographic Description), a CD (Classificação Decimal de Dewey), a CDU (Classificação Decimal Universal), Vocabulários controlados, tesauros , Library of Congress Subject Headings (LCSH), Holdings Statements Summary Level (ISO 13024), Library of Congress Classification (LCC), entre outros.
Através do formato MARC é possível a legibilidade das informações inseridas no computador para que essas representações sejam realizadas no computador, e intercambiadas pelas redes de bibliotecas e inclusas em catálogos colectivos.

4. MARC21 PARA DADOS BIBLIOGRÁFICOS

O MARC21 para dados bibliográficos foi desenvolvido para armazenar informações bibliográficas sobre Livros, Recursos Contínuos, Arquivos de Computador, Mapas, Músicas, Registos Sonoros, Materiais Visuais, Materiais Mistos. Ele tem a função de permitir a leitura electrónica da descrição bibliográfica de uma obra, além de contemplar na sua estrutura campos para descrição do conteúdo da mesma.
Uma descrição bibliográfica contém áreas para a representação física de um documento, como: título e indicação de responsabilidade, edição, série, descrição física (páginas, ilustrações), imprenta (agência publicadora, data, local), números normalizados entre outras.
O MARC21 para registos bibliográficos disponibiliza descrições dos materiais coleccionados pelas bibliotecas e dá acesso a estas descrições; isto é, ao seu conteúdo bibliográfico. (FRITZ; FRITZ, 2003, p. 15, tradução livre.)

5. MARC21 PARA DADOS DE CLASSIFICAÇÃO

O MARC21 para dados de Classificação foi desenvolvido para armazenar informações de números de classificação e seus modelos associados, são formulados de acordo com o esquema
de classificação de autorização específica. O MARC21 para dados de Classificação pode tornar esquemas de classificação como o CDD e CDU disponíveis on line assim como estão impressos. Também é possível que estes registos possam ser usados para checar a validade do número de chamada num tipo de controlo de autoridade. (FRITZ; FRITZ, 2003, p. 16, tradução livre.)

6. MARC21 PARA DADOS DE AUTORIDADE

O MARC21 para dados de autoridade foi desenvolvido para disponibilizar formas autorizadas de nomes e assuntos a serem usados nos registos bibliográficos e fornecer pontos de acesso aos catálogos, por meio da padronização dos nomes, ou seja, para estabelecer formas autorizadas para um determinado nome, assim, este será utilizado sempre que necessário definir um ponto de acesso a ele.

7.MARC21 PARA DADOS DE COLEÇÃO

O MARC21 para dados de colecção foi desenvolvido para armazenar informações da coleção de instituições, ou seja, contêm números de códigos de barras, volume/parte/ informações do ano, notas. A sua ausência pode causar a perda dessas informações no caso de alteração de sistema. (FRITZ;FRITZ, 2003, p. 15, tradução livre.)

8. MARC21 PARA INFORMAÇÕES À COMUNIDADE

O MARC21 para informações à Comunidade foi desenvolvido para armazenar a descrição de recursos não bibliográficos necessários à comunidade, ou seja, contêm informações sobre eventos para comunidade e organizações.

9. Importância do MARC21

O MARC21 permitiu a evolução no processo da catalogação que alimenta o coração de todo e qualquer sistema gerenciador de bibliotecas, permitindo que haja intercâmbio de recursos e custos e integração entre as bibliotecas. Mas para que isso não seja realizado de forma isolada são necessária a utilização de códigos e normas universais extrínsecos ao formato.
O MARC21 trouxe à Biblioteconomia, o uso de sistemas gerenciadores que permitem a customização da interface das OPACs, o que acarreta na ausência de padronização na exibição final para o usuário, apesar da padronização no momento da catalogação. Ainda assim, essa padronização permite buscar em apenas um catálogo colectivo de uma determinada rede de bibliotecas, optimizando o tempo de busca nos catálogos individuais de cada biblioteca participante da rede.
Os formatos de intercâmbio, seu funcionamento e sua utilização nos módulos de catalogação dos sistemas de gerenciamento de bibliotecas são de grande importância para a construção de formas de representação para os recursos informacionais disponíveis nos mais diversos ambientes. Através do MARC21 é possível a padronização de base da dados, realização da catalogação cooperativa, reduzir esforços e evitar o retrabalho.



9.1 Vantagens e desvantagens do MARC21
Suas vantagens
v  O compartilhamento da informação;
v  Redução de custos da catalogação;
v  Acesso mais amplo e mais rápido à informação;
v  Maior especialização do pessoal bibliotecário;
v  Padronização dos dados descritivos;
v  Intercâmbio bibliográfico de alcance internacional.

Suas desvantagens
v  Custo elavado para participar no sistema de cooperação;
v  Dificuldade em aceitar o trabalho cooperativo;
v  Barreira linguística;
v  Diversidade de códigos de catalogação
v  Compartilhamento de registos bibliográficos mal feito.

10. MarcOnt

Segundo Synak (2005), MarcOnt Initiative se desenvolveu a partir da Biblioteca Digital Semântica JeromeDL. As primeiras experiências na JeromeDL eram positivas, mas logo foram detectados alguns problemas, pois os objectivos iniciais eram desenvolver e aumentar a busca automaticamente, atribuindo semântica aos recursos informacionais, a fim de potencializar os processos de recuperação de informação.
O projecto MarcOnt Initiative surge, na perspectiva de tentar solucionar os problemas de descrição e de representação dos recursos informacionais em ambiente digital, como as Bibliotecas digitais, por exemplo, os padrões de metadados advindos das áreas da biblioteconomia e da ciência da informação, como o MARC21 para a descrição bibliográfica e outros padrões, como o Dublin Core, para a localização de recursos na Web.

10.1. Conceito de MarcOnt Initiative

É um padrão de descrição bibliográfica semântica que contempla forma e conteúdo do recurso informacional, a fim de sua identificação e individualização para leitura e processamento compreensíveis por máquina/computador, utilizando-se de instrumentos e ferramentas tecnológicas subjacentes à Web semântica, podendo ser aplicado no contexto de ambientes informacionais digitais (CASTRO, 2008, p.123).



10.2 O objectivo do MarcOnt

Segundo Synak (2005a, p. 1), o objectivo da iniciativa MarcOnt  é desenvolver um novo padrão para a descrição bibliográfica na forma de uma ontologia, e relacionar as ferramentas da Web semântica utilizando tecnologias semânticas.

10.3 Ontologia comum

O primeiro passo para agregar semântica à descrição das informações em bibliotecas digitais e sua compatibilidade para que ocorra a interoperabilidade é o desenvolvimento de uma ontologia comum.
A ontologia pode ser considerada como um instrumento para a descrição bibliográfica dos recursos informacionais, pois se cria uma rede de conceitos com propriedades adequadas e restritas.
A relação entre o padrão de metadados MARC21e o MarcOnt não está na transformação da estrutura preestabelecida do MARC21 para a linguagem da ontologia, mas no fornecimento de informação semântica à descrição dos recursos, de modo a favorecer uma compreensão pela máquina/computador.
Os Requisitos Funcionais para Registos Bibliográficos (FRBR), os padrões de metadados já consagrados na área de biblioteconomia, como MARC21, juntamente com o padrão de descrição bibliográfica semântica MarcOnt, actuam em sinergia, pois podem possibilitar maior potencialidade nos relacionamentos entre registos bibliográficos e a amplitude nas solicitações de busca pelo usuário final. O padrão de descrição bibliográfica semântica MarcOnt é um instrumento tecnológico que, no contexto das bibliotecas digitais e da Web de modo geral, apresenta-se como ferramenta capaz de oportunizar, ao tratamento dado aos recursos informacionais, uma descrição de forma e de conteúdo legível por máquinas, com a possibilidade de resultados compreensíveis aos humanos para a apresentação das informações com vista a uma recuperação mais eficiente, além da garantia da Apresentação das informações para o uso, preservação e o reuso para os usuários.


















11.Conclusão
De uma forma geral pode se afirmar que, como vivemos na era de sociedades de informação, houve uma necessidade de procurar uma forma de gerir o fluxo de informação dai que, com surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação, teve que se adoptar uma forma flexível de catalogação devido à gama de informações e à uniformidade de suas configurações.
Nesse âmbito, as bibliotecas passaram a pensar em um formato padrão de comunicações, para o intercâmbio de dados bibliográficos, e foi criado o formato MARC com o propósito de desenhar a representação física de documento, em um meio legível por computadores, capaz de conter informação bibliográfica de todo tipo de material.
Portanto, é pertinente que os profissionais de informação implementem este formato (MARC21) nas suas unidades de informação, na medida em que promove a comunicação da informação evitando a duplicação de esforços em consequência do aumento de permuta de registos.















12. Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Adelaide Ramos e Côrte Lêda Muniz de, et al. Automação de Bibliotecas e centros de documentação: O processo de avaliação e selecção de softwares. In: Ciências de Informação. V.28.n.3. Brasília. 1999. P.241-256.
CASTRO, Fabiano Ferreira de; SANTOS, Plácido Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Uso das Tecnologias na representação descritiva: O padrão de descrição bibliográfica semântica. In: Ciência de Informação. V.38.n.1. Brasília. 2009. P.74-85
SANTOS, Denise Lourenço dos. Estudo dos Formatos MARC 21: Bibliográfico, Autoridade, colecção, classificação e Comunidade. In: Revista Novas tecnologias de Informação. Marilia.v.1.n.1.2010.p.21-28.





Nenhum comentário:

Postar um comentário