III Grupo
Composição:
Nelúcia Pedro Manhiça
Fernando Natal
Erasmo Mavila
Tema: Dublin Core
Introdução
Nos anos 60 surgiram os formatos para a descrição de dados bibliográficos (1), que são modelos normativos para a automatização da informação.
Com o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação mais sofisticadas, novas formas para estruturar e disponibilizar a informação electrónica estão sendo possíveis para o acesso através da Internet. A edição e transmissão da informação nesses novos suportes são elaboradas com a adopção de normas, incluindo a utilização das já existentes e actualizadas para esse fim, e que, ao mesmo tempo, geram registos bibliográficos para as bases de dados, como por exemplo o MARC 21.
Esses formatos estão sendo designados como metadados, e já constituem um grande conjunto de normas aplicáveis à gestão da informação digital.
A tecnologia de Informação e Comunicação possibilitou o desenvolvimento de metodologias, como é o caso dos modelos metadados, que propiciam novas práticas para a organização e tratamento da informação, nesse caso em formato digital, proporcionando diferentes mecanismos de busca e recuperação.
DUBLIN CORE
Definição
É um conjunto de elementos de metadados planejados para facilitar a gestão de recursos electrónicos, tais como: vídeos, sons, imagens, textos e sites na Web.
Metadado
É um sumário de informações sobre a forma e o conteúdo de um recurso electrónico, e o mesmo é usado para localizar uma informação que poderá ser: endereço internet, recurso Web, livros, e-mail, eventos, etc. É um poderoso instrumento normativo para identificar e descrever recursos de informação e auxiliar os pesquisadores a localizarem e obterem essas informações.
Quando surge e qual a finalidade do Dublin Core?
O DC tem sua raiz em Chicago, cidade norte-americana, numa Conferência Internacional sobre WWW em Outubro de 1994, promovida pela “Online Computer Library Center” (OCLC) e “National Center for Supercomputing Applications” (NCSA) mas, é concretamente no ano de 1995, em Dublin (Ohio), num workshop que este toma forma.
O objetivo principal desse workshop era chegar a uma definição de um conjunto mínimo de elementos para recursos da Web. Participaram desse evento mais de 50 profissionais de várias áreas: ciência da computação, bibliotecários, profissionais de serviços de informação “online”, indexadores, catalogadores, profissionais envolvidos com tratamento de dados geo-espaciais, imagens, museus e arquivos etc.
Pretendia-se tratar o problema da catalogação de recursos da rede, com a adoção, a extensão ou a modificação de padrões existentes e de protocolos para facilitar sua recuperação e acesso, atendendo assim a várias comunidades que utilizassem metadados.
No mesmo contexto, é criado a partir do 1º Workshop, o DCMI tem como principal missão criar mecanismos que facilitem a recuperação de recursos na Internet, utilizando-se de padrões de metadados.
Características
Simplicidade: o DC pode ser facilmente gerado pelo responsável do documento sem a necessidade de extensos treinamentos;
Interoperabilidade semântica: é a capacidade de um sistema informatizado (ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não);
Consenso internacional: a participação de mais de vinte países no DCMI para a busca de escopo internacional na WEB e de uma infra-estrutura adequada contribui para um consenso internacional;
Extensibilidade: o padrão DC é um modelo simplificado de descrição, que possui flexibilidade e extensibilidade na elaboração de modelos, ou seja, permite que novos elementos possam ser acrescentados para atender a uma necessidade de descrição de um determinado recurso.
Flexibilidade: seus elementos são opcionais, podem ser repetidos se necessário, e modificáveis utilizando-se de qualificadores e, não obedecem nenhuma ordem na apresentação dos mesmos.
Elementos do DC
1 - Título: corresponde ao nome do recurso.
2 – Criador: é a entidade responsável pela existência do recurso, podendo ser, uma pessoa, organização ou serviço.
3 - Assunto: assunto referente ao conteúdo do recurso. Este é descrito por palavras-chave, frase ou código.
4 - Descrição: uma descrição sobre o recurso. Pode incluir um resumo, um índice, referência.
5 – Editor: é a entidade responsável por tornar o recurso acessível. Ex: uma pessoa, organização ou serviço.
6 – Contribuinte: é a entidade responsável por qualquer contribuição do recurso.
7 – Data: um data associada a um evento do ciclo de vida do recurso. Tipicamente esta deve ser associada à criação ou à disponibilidade do recurso.
8 – Tipo: natureza ou género do conteúdo do recurso.
9 – Manifestação física ou digital do recurso.
10 – Identificação: uma referência não ambígua ao recurso, definida num determinado contexto.
11 – Fonte: uma referência a um recurso de onde este tenha derivado.
12 – Língua: a língua do conteúdo intelectual do recurso.
13 – Relação: uma referência a um recurso relacionado.
14 – Cobertura: é a extensão ou cobertura espaço-temporal do conteúdo do recurso.
15 – Direitos: informações sobre os direitos do recurso e seu uso.
Seguem dois exemplos de descrição de um recurso utilizando o padrão DC:
Exemplo 1 – Texto disponível na Revista Ciência da Informação on-line.
Elemento Conteúdo
Título: Metadados para a descrição de recursos de informação eletrónica: utilização do padrão Dublin Core
Criador: Souza, Márcia Izabel Fujisawa.
Criador: Vendrusculo, Laurimar Gonçalves
Criador: Melo, Geane Cristina
Assunto: Metadados
Assunto: Dublin Core
Assunto: Informação eletrónica
Descrição: Este artigo aborda a necessidade de adopção de padrões de descrição de recursos de informação eletrónica, particularmente, no âmbito da Embrapa Informática Agropecuária.
Publicador: IBICT
Data: 2002-03-28
Tipo: Recurso interativo
Formao: text/html
Identificador: http://www.ibict.br/cio
Lingua: pt-br
Cobertura: Brasil
Direitos: IBICT
Exemplo 2 - Imagem digitalizada de uma tela de Vincent Van Gogh
Elemento Conteúdo
Título: Girassol
Criador: Gogh, Vincent Van
Assunto: Tela
Assunto: Pintura
Descrição: Óleo sobre tela, Girassóis é uma das obras mais famosas de Van Gogh, e retrata o símbolo do poder e da beneficência da vida.
Publicador: Ediouro S.A.
Data: 1995
Tipo: Image
Formato: image/jpeg
Identificador: image012-Gogh.jpeg
Importância
- Permite a inclusão de elementos adicionais para atender as particularidades de cada usuário;
- Torna as colecções mais visíveis para engenhos de busca e sistemas de recuperação.
Conclusão
Pôde-se observar que o DCMI é uma iniciativa importante na busca de um padrão de metadados que possa facilitar a catalogação e a recuperação de recursos de informação da Web, principalmente pela dimensão que tomou, atingindo vários países do mundo e agregando profissionais de diversas áreas.
Com isso, o padrão de metadados DC torna-se um forte candidato a modelo na recuperação de informação nos domínios da Internet, como Bibliotecas, Museus, Área governamental, Meio Ambiente, Publicação, Agricultura e outras. Essa amplitude de actuação pode ser observada pelo facto de o padrão DC ter sido traduzido para 25 línguas e formalmente adotado por sete governos.
Referências bibliográficas
GRÁCIO, José Carlos Abbud. Metadados para a descrição de recursos da Internet: o padrão Dublin Core, aplicações e a questão da interoperabilidade. 2002. 127f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. 2002.
ROSETTO, Márcia. NOGUEIRA,Adriana Hypólito. Aplicação de elementos metadados Dublin Core para descrição de dados bibliiográficos on-line da biblioteca dogital de teses da USP.
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