Sejam Bem Vindos!

Espaço voltado para discussão de aspectos teóricos e praticos da estrutura e funcionamento dos recursos de informação baseadas nas novas mídias; e das implicações inerentes à adopção tecnológica em unidades de informação.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

III Grupo

Composição:

Nelúcia Pedro Manhiça

Fernando Natal

Erasmo Mavila


Tema: Dublin Core


Introdução

Nos anos 60 surgiram os formatos para a descrição de dados bibliográficos (1), que são modelos normativos para a automatização da informação.

Com o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação mais sofisticadas, novas formas para estruturar e disponibilizar a informação electrónica estão sendo possíveis para o acesso através da Internet. A edição e transmissão da informação nesses novos suportes são elaboradas com a adopção de normas, incluindo a utilização das já existentes e actualizadas para esse fim, e que, ao mesmo tempo, geram registos bibliográficos para as bases de dados, como por exemplo o MARC 21.

Esses formatos estão sendo designados como metadados, e já constituem um grande conjunto de normas aplicáveis à gestão da informação digital.

A tecnologia de Informação e Comunicação possibilitou o desenvolvimento de metodologias, como é o caso dos modelos metadados, que propiciam novas práticas para a organização e tratamento da informação, nesse caso em formato digital, proporcionando diferentes mecanismos de busca e recuperação.


DUBLIN CORE

Definição

É um conjunto de elementos de metadados planejados para facilitar a gestão de recursos electrónicos, tais como: vídeos, sons, imagens, textos e sites na Web.

Metadado

É um sumário de informações sobre a forma e o conteúdo de um recurso electrónico, e o mesmo é usado para localizar uma informação que poderá ser: endereço internet, recurso Web, livros, e-mail, eventos, etc. É um poderoso instrumento normativo para identificar e descrever recursos de informação e auxiliar os pesquisadores a localizarem e obterem essas informações.

Quando surge e qual a finalidade do Dublin Core?

O DC tem sua raiz em Chicago, cidade norte-americana, numa Conferência Internacional sobre WWW em Outubro de 1994, promovida pela “Online Computer Library Center” (OCLC) e “National Center for Supercomputing Applications” (NCSA) mas, é concretamente no ano de 1995, em Dublin (Ohio), num workshop que este toma forma.

O objetivo principal desse workshop era chegar a uma definição de um conjunto mínimo de elementos para recursos da Web. Participaram desse evento mais de 50 profissionais de várias áreas: ciência da computação, bibliotecários, profissionais de serviços de informação “online”, indexadores, catalogadores, profissionais envolvidos com tratamento de dados geo-espaciais, imagens, museus e arquivos etc.

Pretendia-se tratar o problema da catalogação de recursos da rede, com a adoção, a extensão ou a modificação de padrões existentes e de protocolos para facilitar sua recuperação e acesso, atendendo assim a várias comunidades que utilizassem metadados.

No mesmo contexto, é criado a partir do 1º Workshop, o DCMI tem como principal missão criar mecanismos que facilitem a recuperação de recursos na Internet, utilizando-se de padrões de metadados.

Características

Simplicidade: o DC pode ser facilmente gerado pelo responsável do documento sem a necessidade de extensos treinamentos;

Interoperabilidade semântica: é a capacidade de um sistema informatizado (ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não);

Consenso internacional: a participação de mais de vinte países no DCMI para a busca de escopo internacional na WEB e de uma infra-estrutura adequada contribui para um consenso internacional;

Extensibilidade: o padrão DC é um modelo simplificado de descrição, que possui flexibilidade e extensibilidade na elaboração de modelos, ou seja, permite que novos elementos possam ser acrescentados para atender a uma necessidade de descrição de um determinado recurso.

Flexibilidade: seus elementos são opcionais, podem ser repetidos se necessário, e modificáveis utilizando-se de qualificadores e, não obedecem nenhuma ordem na apresentação dos mesmos.

Elementos do DC

1 - Título: corresponde ao nome do recurso.

2 – Criador: é a entidade responsável pela existência do recurso, podendo ser, uma pessoa, organização ou serviço.

3 - Assunto: assunto referente ao conteúdo do recurso. Este é descrito por palavras-chave, frase ou código.

4 - Descrição: uma descrição sobre o recurso. Pode incluir um resumo, um índice, referência.

5 – Editor: é a entidade responsável por tornar o recurso acessível. Ex: uma pessoa, organização ou serviço.

6 – Contribuinte: é a entidade responsável por qualquer contribuição do recurso.

7 – Data: um data associada a um evento do ciclo de vida do recurso. Tipicamente esta deve ser associada à criação ou à disponibilidade do recurso.

8 – Tipo: natureza ou género do conteúdo do recurso.

9 – Manifestação física ou digital do recurso.

10 – Identificação: uma referência não ambígua ao recurso, definida num determinado contexto.

11 – Fonte: uma referência a um recurso de onde este tenha derivado.

12 – Língua: a língua do conteúdo intelectual do recurso.

13 – Relação: uma referência a um recurso relacionado.

14 – Cobertura: é a extensão ou cobertura espaço-temporal do conteúdo do recurso.

15 – Direitos: informações sobre os direitos do recurso e seu uso.

Seguem dois exemplos de descrição de um recurso utilizando o padrão DC:

Exemplo 1 – Texto disponível na Revista Ciência da Informação on-line.

Elemento Conteúdo

Título: Metadados para a descrição de recursos de informação eletrónica: utilização do padrão Dublin Core

Criador: Souza, Márcia Izabel Fujisawa.

Criador: Vendrusculo, Laurimar Gonçalves

Criador: Melo, Geane Cristina

Assunto: Metadados

Assunto: Dublin Core

Assunto: Informação eletrónica

Descrição: Este artigo aborda a necessidade de adopção de padrões de descrição de recursos de informação eletrónica, particularmente, no âmbito da Embrapa Informática Agropecuária.

Publicador: IBICT

Data: 2002-03-28

Tipo: Recurso interativo

Formao: text/html

Identificador: http://www.ibict.br/cio

Lingua: pt-br

Cobertura: Brasil

Direitos: IBICT

Exemplo 2 - Imagem digitalizada de uma tela de Vincent Van Gogh

Elemento Conteúdo

Título: Girassol

Criador: Gogh, Vincent Van

Assunto: Tela

Assunto: Pintura

Descrição: Óleo sobre tela, Girassóis é uma das obras mais famosas de Van Gogh, e retrata o símbolo do poder e da beneficência da vida.

Publicador: Ediouro S.A.

Data: 1995

Tipo: Image

Formato: image/jpeg

Identificador: image012-Gogh.jpeg

Importância

- Permite a inclusão de elementos adicionais para atender as particularidades de cada usuário;

- Torna as colecções mais visíveis para engenhos de busca e sistemas de recuperação.

Conclusão

Pôde-se observar que o DCMI é uma iniciativa importante na busca de um padrão de metadados que possa facilitar a catalogação e a recuperação de recursos de informação da Web, principalmente pela dimensão que tomou, atingindo vários países do mundo e agregando profissionais de diversas áreas.

Com isso, o padrão de metadados DC torna-se um forte candidato a modelo na recuperação de informação nos domínios da Internet, como Bibliotecas, Museus, Área governamental, Meio Ambiente, Publicação, Agricultura e outras. Essa amplitude de actuação pode ser observada pelo facto de o padrão DC ter sido traduzido para 25 línguas e formalmente adotado por sete governos.


Referências bibliográficas

GRÁCIO, José Carlos Abbud. Metadados para a descrição de recursos da Internet: o padrão Dublin Core, aplicações e a questão da interoperabilidade. 2002. 127f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. 2002.

ROSETTO, Márcia. NOGUEIRA,Adriana Hypólito. Aplicação de elementos metadados Dublin Core para descrição de dados bibliiográficos on-line da biblioteca dogital de teses da USP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário