UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
Escola De Comunicação E Artes
Ciências Da Informação
IV semestre/ 2º ano 2011
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Tecnologias de Produção Colaborativa: Blogs, Ambiente Wiki e Repositórios
11.º grupo
Docente: Dr Horácio Zimba
Discentes:
Artur Silass
Maria da Conceição
Rui José António
Agosto 2011
Índice
Introdução 3
Historial e evolução dos Blogs 3
Divisões de Blogs e suas aplicações 4
Ambiente Wiki. 5
Repositório 7
Conclusão 10
Bibliográfia 11
Introdução
O presente trabalho pretende dissertar sobre as tecnologias de produção colaborativa, suas implicações, configuração e utilidade. Dentre várias tecnologias de produção colaborativa que julgamos que existam, concentrar-nos-emos nos Blogues, Wikipédia, e Repositório, discutindo e explicando os contornos atinentes ao historial, evolução e aplicação dos mesmos.
A segunda guerra mundial trouxe consigo assinaláveis vicissitudes no campo da ciência e da tecnologia. São alguns exemplos que directa e/ou indirectamente a ela ligados: a informática, a internet, o desenvolvimento dos sistemas de armazenamento e recuperação da informação, buscas por assunto, etc.
Estas vicissitudes propiciaram a uma mudança de paradigma por parte do objecto de interesse dos países (“os chamados países do primeiro mundo”), isto é, se outrora, os países capitalistas lutavam pelo controle de recursos naturais, no novo paradigma, o objecto de interesse de controlo é a informação.
Hoje, a informação é considerado como um recurso estratégico a ser gerido, é também considerado “objecto” gerador de competição devido ao valor que agrega para fins administrativos.
O advento da internet, veio quebrar aquilo que Matusse (2003), chamou de princípio de “balde e recipiente vazio”, onde um dava e o outro apenas recebia. Hoje, pressupõe-se que, a possibilidade de acesso a informação seja igualitária nas relações de Pai–filho, Director-operário, professor-aluno, etc.
Historial e evolução dos Blogs
A História do Blog é controversa, traz consigo uma discrepância que é agudizada pelos autores que sobre ela se debruçam:
A Wikipedia, a enciclopédia livre, cita que o Web blog foi criado no dia 12 de Dezembro de 1997 por Jorn Barger e a sua abreviatura coube ao Peter Merholz.
Ruy Miranda no seu artigo “Otimização de sites”, refere que o nome blog, surgiu ocasionalmente em 1999 com o autor Peter Meme, um apaixonado por palavras, seus significados, evolução e seus sons. Segundo o próprio relato de Meme, estava em Abril ou Maio de 1999, distraindo-se com a palavra Weblog (contracção de Web log).
Web log – é uma expressão usada em uma página da Web para apresentar as recomendações de navegação do seu autor. Na distracção, escreveu “Wee-blog”, dividiu a palavra de forma diferente em seguida resumiu para “blog” e passou a usá-la em suas mensagens. Pessoas que lhe respondiam passaram a gostar não obstante julgar que sua pronúncia era parecida com vómito. Segundo Meme, a palavra teria morrido se não fosse produto duma causalidade.
Pyra Labes, em Agosto de 1999 lançou um sistema de publicação automática de Weblogs ao qual chamou Blogger. A moda pegou porque oferecia hospedagem gratuita, o que facilitou também a difusão da palavra.
Divisões de Blogs e suas aplicações
Os Bogs, em função do propósito da sua criação podem ser divididos em três ramos à saber:
Pessoais: voltados para acontecimentos de vida, opiniões do usuário, etc. São amplamente usados por celebridades com o propósito de reduzir a distância entre esta e o fã.
Corporativos e organizacionais: usados grosso-modo, por empresas com ferramenta ou meio de exposição dos serviços e contacto com o cliente. Para esta tipologia de blog, é importante referenciar a Microsoft que tem um total de 4500 blogs.
Género: Tem género específico, tratam de assuntos do domínio do usuário. São os blogs com maior acesso, apresentam conteúdos variados. Faz-se necessário referir que, é nesta tipologia de blogs que enquadramos os blogs criados nas instituições de ensino.
Nota: segundo no dia 31/08, comemora-se o dia do blog, devido a semelhança da data com palavra blog que se propõe a promover a descoberta de novos blogues e de blogueiros.
Ambiente Wiki.
O sistema Wiki é uma modalidade de escrita hipertextual cooperada na web. Essa ferramenta, permite a criação e edição colectiva de conteúdos apresentados num determinado ambiente Web especificamente desenhado para o desenvolvimento dessa actividade. A alteração/edição do conteúdo do texto prescinde da autorização ou aprovação do autor do texto original. No que concerne a edição de textos, no final de cada página Wiki há um link “edit this page”, através do qual cada leitor tem a possibilidade de editar ou fazer a revisão do texto, isso sem precisar usar uma linguagem especial como HTML, e desse modo operar como se estivesse a usar um editor de textos normal (Primo e Recuero 2011).
Segundo Lima e Santini (2011), o “compartilhamento de arquivos digitais em redes ponto-a-ponto (P2P), correspondem a mais de 60% do actual uso da internet”. O ambiente Wiki é uma das plataformas de produção colaborativa aberta, não tem fins lucrativos e a criação e edicção dos conteúdos é colectiva.
O termo Wiki, que significa rápido em havaiano, foi usado pela primeira vez por Ward Cunnigaham – originalmente como Wiki Wiki Web –, o sistema foi lançado em 1995, Ward desenvolveu um script que funciona no servidor, com o escopo de auxiliar na condução de grandes projectos de informática. Essa tecnologia permitiu que toda documentação produzida durante o projecto fosse actualizada ou revisada por todos os membros da equipe e todas as modificações eram salvas no sistema. O primeiro Wiki público (http://www.c2.com/cgi/wiki) foi criado para debates de questões ligadas a engenharia e metodologia de software. O sistema Wiki é composto por codificações simples, por exemplo, o uso de itálico, negrito e do link. O link quando é criado, uma nova página é criada automaticamente com a mesma palavra do link como titulo dessa página.
Em Janeiro de 2001 Lary Sanger e Jimmy Wales lançam a Wikipédia (http://www.wikipedia.org). Considerado o maior projecto Wiki, visto que não é um projecto dirigido por um grupo mas sim por qualquer utente da internet interessado em participar na construção do projecto. Pessoas de todo mundo criam e modificam textos, essas pessoas não são movidas por interesses capitalistas, muitos fazem isso por pura diversão, uns por acreditarem estar disponibilizando conhecimento à sociedade e outros por querer estar a fazer parte de uma iniciativa global que pode beneficiar directamente milhares de pessoas. Já em Junho de 2003 a Wikipédia já continha mais de 130 mil artigos em Inglês e 75 mil em outras línguas como alemão, inglês, francês, etc. (Primo e Rocuero 2011). Segundo Lima (2011), antes de desenvolver a Wikipédia, Larry havia desenvolvido o Nupedia – um projecto que tinha como objectivo a correcção e edição sumária dos artigos enviados.
A ideia de uma enciclopédia mundial digital já havia sido pensada por H.G Weels, em 1937 ele imaginou uma enciclopédia contendo a memória do mundo. Mas diferente da Wikipédia era uma instituição centralizada e não de produção cooperativa.
Conforme consta em Recuero (2011), a Wikipédia enquanto uma “enciclopédia digital”, apresenta uma estrutura disposta em rede, sem nenhuma organização hierárquica, esta disposta em um mesmo plano e segundo Moreira (2011), “a produção em língua portuguesa começou em 2002, todas as páginas são editáveis, sem necessidade de cadastro”.
A recuperação de informação na plataforma Wikipédia é feita por meio dum mecanismo automatizado de busca, as informações estão dispostas em links internos e externos, os links internos conduzem o pesquisador a informações paralelas e os externos conduzem-no a informações externas em outros sites com mais informações a respeito do assunto pesquisado, apresenta também guias de pesquisa e a possibilidade de fazer arranjos e ampliação da indexação de informação, e por sua vez esta informação acrescentada fica disponível aos próximos visitantes. Pode-se aceder a Wikipédia a partir de qualquer ponto, em qualquer computador desde que esteja conectado à rede, ela está aberta a modificações e não possui versão final visto que está em constate actualização. Cada alteração não modifica apenas o verbete, mas toda a estrutura do Wikipédia enquanto um editorial, por isso que é considerado uma produção de um hipertexto cooperativo (Primo e Rocuero 2011).
Conforme consta em Lima (2011), a Wikipédia é um site de publicação livre onde os usuários da internet podem escrever, editar (as alterações não apagam os registos anteriores, todas os textos ficam à disposição dos internautas), e publicar textos. Os textos estão publicados e acessíveis a qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Ela é editada em 189 idiomas e difere-se das anteriores enciclopédias digitais por ser uma enciclopédia digital online construída por seus leitores. Nas enciclopédias anteriores ao Wikipédia os textos eram criados e editados por especialistas ou professores, os leitores não tinham essa possibilidade de intervir e alterar os textos. O Wikipédia é uma plataforma muinto simples e não exige conhecimento técnico sobre a informática. Para interacção, os internautas dispõem de uma sala onde fazem comentários e justificam a alteração ou eliminação de um artigo. Caso a alteração não seja aprovada pelo grupo ela é modificada ou imediatamente descartada, quando um internauta faz uma modificação sem se identificar, o sistema reconhece o seu IP (internet protocol – identificação do seu computador) e o coloca no lugar de sua identificação.
O facto de ser uma enciclopédia livre não significa que esteja isenta de regras, para a publicação de um texto é necessário neutralidade, complacência, imparcialidade e veracidade. Por exemplo, para poder dialogar com os autores/wikipedistas é preciso se registar, certos assuntos podem ser considerados como problemáticos – racistas, opinativos ou plagiados – e ficam sobre um sistema de vigia pelos administradores até que o artigo fique totalmente imparcial ( Primo e Rocuero 2011).
Repositório
A necessidade de preservar digitalmente documentos, que se encontravam apenas no formato papel, e permitir que os mesmos estejam acessíveis a qualquer pessoa, tem levado a que determinadas organizações como universidades, bibliotecas, entre outras, a criarem os seus próprios repositórios. Nos últimos anos o número de repositórios tem vindo a aumentar, estes repositórios tem como objectivo, a gestão, o armazenamento, a preservação e a divulgação do trabalho intelectual (Santos et all).
Segundo Henniger (apud Holanda et all 2011), o repositório permite compartilhar experiências e informações. O termo repositório pode ser utilizado para diversos propósitos: (1) armazenamento de modelos; (2) integração de ferramentas e; (3) manutenção de sistemas legados.
1. Armazenamento de modelos – é um processo de geração de vários artefactos que geralmente são armazenados em locais diferentes, o repositório possibilita a centralização e o controle.
2. Integração de ferramentas – além da armazenagem o repositório serve para fazer a interacção entre as ferramentas produzidas.
3. Manutenção de sistemas legados – o repositório, pode ser usado para armazenar dados de sistemas antigos.
Segundo Holanda et all (2011) “As principais funcionalidades de um repositório são a pesquisa e a recuperação dos activos de software”. Mas além dessas funções, os repositórios podem apresentar outras funções complementares como, identificação e descrição, inserção – os utentes inserem novos artigos, exploração do catálogo, pesquisa textual, recuperação, organização e pesquisa; histórico, mensuração, controle de acesso, notificação de mudanças, quantidade, acesso pela rede, gestão de versões, controle de modificações. Essas funções não são de carácter obrigatório, elas dependem do contexto em que o repositório está inserido e das necessidades de organização ao usar o repositório.
O gestão dos activos é da responsabilidade do gerente da instituição, cabe ao gerente descobrir, identifica activos que contenham valor agregado para a organização e inclui-las no repositório para que possam ser compartilhadas. O controlo dos activos do repositório permite à organização saber a quantidade e qualidade de activos disponíveis, sua localização e suas características, a ausência de controlo cria inconsistências entre os repositórios.
Com o advento da internet o repositório tornou-se o maior e mais eficiente meio de partilha de informação estão presentes em toda a rede e na sua maioria são de componentes de software.
Coelho (2011) conceitua o repositório digital como sendo “constituído por documentos primários que são digitalizados ou já estão em ficheiros electrónicos, sob forma de material (CD-ROM, DVD…), na internet, permitindo o acesso à distância” e o repositório institucional como uma “colecção digital da produção intelectual (artigos de revistas cientificas, comunicações e conferências, teses e dissertações, etc.) dos membros de uma instituição”.
Repositórios como ComponentSource e Developer.com, são repositórios de domínio público, esses repositórios prestam assistência de diversas formas, como por exemplo, assistência técnica, assistência na recuperação de informação, etc.
Existem também repositórios que não são de domínio público; como por exemplo o Microsoft Repository – é um ambiente desenvolvido pela Microsoft faz se a integração de metadados para o desenvolvimento de aplicativos. Outros exemplos de repositórios privados são: Unisys Universal Repository, Component Capitol. Para permitir o intercâmbio de dados e metadados, a Microsoft e outras empresas desenvolveram um padrão para metadados do repositório chamado Open Information Model (OIM). Para a troca de informações a Microsoft adoptou o formato XML, desse modo a comunicação de informações presentes na descrição de um activo, precisam estar de acordo com o padrão OIM que serão inseridos em elementos pré-definidos de um documento XML (Holanda et all). Em instituições como bibliotecas onde se faz o armazenamento de dados bibliograficos usam-se formatos padronizados como o UNIMARC “Universal MARC format”, usada para armazenar catalogação dos documentos e facilitar o intercâmbio de informações, foi publicada em 1967 pela IFLA “International Federation of Library Associations”. Este formato é usado em por quase toda a Europa.
Aplicação do repositório – possibilita aceder através do computador ligações em redes e ao mesmo tempo permite a utilização simultânea por diversos utilizadores onde encontram em suporte digital os produtos e serviços das organizações.
Possibilita também integrar vários suportes de registo de informação de diferentes textos tais como de som e imagem.
Possibilita o acesso livre a informação por exemplo e permite ao utilizador consultar, copiar, fazer download, distribuir, imprimir, pesquisar, ou fazer referência a textos e documentos (Coelho).
Coelho, Carla. Um repositório digital para U. Porto: Relatório Preliminar. Disponível em: (http://sigarra.up.pt/up_uk/WEB_gessi_DOCS.download_file?p_name=F1368788598/repositorio-vpreliminar.pdf> p.3
Conclusão
As tecnologias de produção colaborativa, tem vários benefícios para a comunidade e no quotidiano das pessoas, de forma genérica alimentam a produção científica de variadas formas:
Permitem que pessoas de vários e diferentes espaços geográficos interajam, comparticipem e influenciem com o seu saber no desenvolvimento da produção científica nos mais variados níveis.
Reduzem o tempo e a complexidade na execução de tarefas e actividades através das capacidades de informação e comunicação que caracterizam a actualidade.
O ensino à distância hoje está mais facilitado que ontem.
Bibliográfia
HOLANDA, Caroline Batista; Souza, Clarissa Angélica; Melo, Walcélio L. Pro reuso: um repositório de componentes para web dirigido por um processo de reuso. XV Simpósio Brasileiro de Engenharia de Software.acesso em: agosto de 2011.
SANTOS, Johny; TEIXEIRA, Cláudio; PINTO, Joaquim Souza. eABC : Um repositório institucional virtual. Universidade de Aveiro. Acesso em: agosto de 2011
PRIMO, Alex Fernando Teixeira; RECUERO, Raquel da Cunha. Hipertexto cooperativo: uma análise da escrita coletiva a partir dos blogs e da wikipédia. Revista da FAMECOS, n. 23, p. 54-63, Dez. 2003 2003. (Disponível em http://www.ufrgs.br/limc). Acesso em: agosto de 2011
CAMPOS, Aline de. Escalada do conflito em processos colaborativosonline: uma análise do verbete web 2.0 da Wikipédia. Disponível em () acesso em: agosto 2011
LIMA, Vanessa Wendhausen. Canais de interação na Wikipedia. Disponível em (www.bocc.ubi.pt) acesso em: Agosto de 2011
CAMPOS, Augusto. O que é software livre. Disponível em (http://brlinux.org/linux/taxonomy/term/13) ¬¬. Acesso em: Agosto de 2011
MATUSSE, Renato. História da informática em Moçambique. Maputo. 2003.
GATES, Bill. A Estrada do futuro. São Paulo.1995
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