Sejam Bem Vindos!

Espaço voltado para discussão de aspectos teóricos e praticos da estrutura e funcionamento dos recursos de informação baseadas nas novas mídias; e das implicações inerentes à adopção tecnológica em unidades de informação.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

III Grupo

Composição:

Nelúcia Pedro Manhiça

Fernando Natal

Erasmo Mavila


Tema: Dublin Core


Introdução

Nos anos 60 surgiram os formatos para a descrição de dados bibliográficos (1), que são modelos normativos para a automatização da informação.

Com o desenvolvimento de tecnologias de informação e comunicação mais sofisticadas, novas formas para estruturar e disponibilizar a informação electrónica estão sendo possíveis para o acesso através da Internet. A edição e transmissão da informação nesses novos suportes são elaboradas com a adopção de normas, incluindo a utilização das já existentes e actualizadas para esse fim, e que, ao mesmo tempo, geram registos bibliográficos para as bases de dados, como por exemplo o MARC 21.

Esses formatos estão sendo designados como metadados, e já constituem um grande conjunto de normas aplicáveis à gestão da informação digital.

A tecnologia de Informação e Comunicação possibilitou o desenvolvimento de metodologias, como é o caso dos modelos metadados, que propiciam novas práticas para a organização e tratamento da informação, nesse caso em formato digital, proporcionando diferentes mecanismos de busca e recuperação.


DUBLIN CORE

Definição

É um conjunto de elementos de metadados planejados para facilitar a gestão de recursos electrónicos, tais como: vídeos, sons, imagens, textos e sites na Web.

Metadado

É um sumário de informações sobre a forma e o conteúdo de um recurso electrónico, e o mesmo é usado para localizar uma informação que poderá ser: endereço internet, recurso Web, livros, e-mail, eventos, etc. É um poderoso instrumento normativo para identificar e descrever recursos de informação e auxiliar os pesquisadores a localizarem e obterem essas informações.

Quando surge e qual a finalidade do Dublin Core?

O DC tem sua raiz em Chicago, cidade norte-americana, numa Conferência Internacional sobre WWW em Outubro de 1994, promovida pela “Online Computer Library Center” (OCLC) e “National Center for Supercomputing Applications” (NCSA) mas, é concretamente no ano de 1995, em Dublin (Ohio), num workshop que este toma forma.

O objetivo principal desse workshop era chegar a uma definição de um conjunto mínimo de elementos para recursos da Web. Participaram desse evento mais de 50 profissionais de várias áreas: ciência da computação, bibliotecários, profissionais de serviços de informação “online”, indexadores, catalogadores, profissionais envolvidos com tratamento de dados geo-espaciais, imagens, museus e arquivos etc.

Pretendia-se tratar o problema da catalogação de recursos da rede, com a adoção, a extensão ou a modificação de padrões existentes e de protocolos para facilitar sua recuperação e acesso, atendendo assim a várias comunidades que utilizassem metadados.

No mesmo contexto, é criado a partir do 1º Workshop, o DCMI tem como principal missão criar mecanismos que facilitem a recuperação de recursos na Internet, utilizando-se de padrões de metadados.

Características

Simplicidade: o DC pode ser facilmente gerado pelo responsável do documento sem a necessidade de extensos treinamentos;

Interoperabilidade semântica: é a capacidade de um sistema informatizado (ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não);

Consenso internacional: a participação de mais de vinte países no DCMI para a busca de escopo internacional na WEB e de uma infra-estrutura adequada contribui para um consenso internacional;

Extensibilidade: o padrão DC é um modelo simplificado de descrição, que possui flexibilidade e extensibilidade na elaboração de modelos, ou seja, permite que novos elementos possam ser acrescentados para atender a uma necessidade de descrição de um determinado recurso.

Flexibilidade: seus elementos são opcionais, podem ser repetidos se necessário, e modificáveis utilizando-se de qualificadores e, não obedecem nenhuma ordem na apresentação dos mesmos.

Elementos do DC

1 - Título: corresponde ao nome do recurso.

2 – Criador: é a entidade responsável pela existência do recurso, podendo ser, uma pessoa, organização ou serviço.

3 - Assunto: assunto referente ao conteúdo do recurso. Este é descrito por palavras-chave, frase ou código.

4 - Descrição: uma descrição sobre o recurso. Pode incluir um resumo, um índice, referência.

5 – Editor: é a entidade responsável por tornar o recurso acessível. Ex: uma pessoa, organização ou serviço.

6 – Contribuinte: é a entidade responsável por qualquer contribuição do recurso.

7 – Data: um data associada a um evento do ciclo de vida do recurso. Tipicamente esta deve ser associada à criação ou à disponibilidade do recurso.

8 – Tipo: natureza ou género do conteúdo do recurso.

9 – Manifestação física ou digital do recurso.

10 – Identificação: uma referência não ambígua ao recurso, definida num determinado contexto.

11 – Fonte: uma referência a um recurso de onde este tenha derivado.

12 – Língua: a língua do conteúdo intelectual do recurso.

13 – Relação: uma referência a um recurso relacionado.

14 – Cobertura: é a extensão ou cobertura espaço-temporal do conteúdo do recurso.

15 – Direitos: informações sobre os direitos do recurso e seu uso.

Seguem dois exemplos de descrição de um recurso utilizando o padrão DC:

Exemplo 1 – Texto disponível na Revista Ciência da Informação on-line.

Elemento Conteúdo

Título: Metadados para a descrição de recursos de informação eletrónica: utilização do padrão Dublin Core

Criador: Souza, Márcia Izabel Fujisawa.

Criador: Vendrusculo, Laurimar Gonçalves

Criador: Melo, Geane Cristina

Assunto: Metadados

Assunto: Dublin Core

Assunto: Informação eletrónica

Descrição: Este artigo aborda a necessidade de adopção de padrões de descrição de recursos de informação eletrónica, particularmente, no âmbito da Embrapa Informática Agropecuária.

Publicador: IBICT

Data: 2002-03-28

Tipo: Recurso interativo

Formao: text/html

Identificador: http://www.ibict.br/cio

Lingua: pt-br

Cobertura: Brasil

Direitos: IBICT

Exemplo 2 - Imagem digitalizada de uma tela de Vincent Van Gogh

Elemento Conteúdo

Título: Girassol

Criador: Gogh, Vincent Van

Assunto: Tela

Assunto: Pintura

Descrição: Óleo sobre tela, Girassóis é uma das obras mais famosas de Van Gogh, e retrata o símbolo do poder e da beneficência da vida.

Publicador: Ediouro S.A.

Data: 1995

Tipo: Image

Formato: image/jpeg

Identificador: image012-Gogh.jpeg

Importância

- Permite a inclusão de elementos adicionais para atender as particularidades de cada usuário;

- Torna as colecções mais visíveis para engenhos de busca e sistemas de recuperação.

Conclusão

Pôde-se observar que o DCMI é uma iniciativa importante na busca de um padrão de metadados que possa facilitar a catalogação e a recuperação de recursos de informação da Web, principalmente pela dimensão que tomou, atingindo vários países do mundo e agregando profissionais de diversas áreas.

Com isso, o padrão de metadados DC torna-se um forte candidato a modelo na recuperação de informação nos domínios da Internet, como Bibliotecas, Museus, Área governamental, Meio Ambiente, Publicação, Agricultura e outras. Essa amplitude de actuação pode ser observada pelo facto de o padrão DC ter sido traduzido para 25 línguas e formalmente adotado por sete governos.


Referências bibliográficas

GRÁCIO, José Carlos Abbud. Metadados para a descrição de recursos da Internet: o padrão Dublin Core, aplicações e a questão da interoperabilidade. 2002. 127f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília. 2002.

ROSETTO, Márcia. NOGUEIRA,Adriana Hypólito. Aplicação de elementos metadados Dublin Core para descrição de dados bibliiográficos on-line da biblioteca dogital de teses da USP.

W3C

Introdução

Este trabalho fala da World Wide Web abreviadamente tratada por W3C.

Nele o grupo abordou sumaricamente desde a história da sua criação, a sua evolução e trouxe de igual modo elementosque caracterizaram a sua configuração no mercado mundial.

Origem

O Gopher um sistema de recuperação da informação usada no início dos anos 90 foi criado pela Universidade de Minnesota. Em Fevereiro de 1993, ela anunciou que começaria a cobrar taxas de licença pelo uso de sua referência de implementação do servidor Gopher. Como consequência, muitas empresas começaram a buscar alternativas ao Gopher.

A Organização Europeia para Investigação Nuclear (CERN), na Suíça, tinha uma alternativa. Tim Berners-Lee estava trabalhando em um sistema de agenciamento de informação, no qual o texto poderia conter links e referências para outros trabalhos, permitindo o leitor a pular rapidamente de um documento para outro. Ele havia criado um servidor para publicar este tipo de documento (chamado hipertexto) bem como um programa para lê-lo, que ele havia chamado de “WorldWideWeb”. Este software foi lançado em 1991, entretanto, ele teve dois eventos que causaram sua explosão em popularidade e a eventual substituição do Gopher.

Em 20 de Abril de 1993 o CERN lançou o código-fonte do WorldWideWeb em domínio público, então qualquer um poderia usar ou construir algo sobre o software sem nenhuma taxa.

A W3C, ou simplesmente a World Wide Web é um consórcio internacional com cerca de 300 membros que agrega empresas, órgãos governamentais e organizações independentes, e que visa desenvolver padrões para a criação e interpretação de conteúdos para Web.

Esta empresa foi fundada em 1994, por Tim Beners-Lee, no seio de Massachussets Institute of Tecnology, Laboratory for computer Science (MIT/LCS) em colaboração com o CERN. É liderada por ele e por Dr. Jeffrey Jaffe, director executivo da mesma. Constitui propósito da sua fundação levar a Web ao seu máximo potencial, por desenvolver protocolos comuns e fóruns abertos que promovessem a sua evolução e assegurassem a sua interoperabilidade. Foram desenvolvidos sites segundo esses padrões que pudessem ser acessados por qualquer pessoa ou tecnologia ou independente dos Hardwares ou softwares que eram utilizados de maneira rápida e compatível com os novos padrões que surgem com a evolução da internet. Ela possui diversos comités que que estudam as tecnologias para apresentação dos conteúdos na internet e criam padrões de recomendação para utilizar essas tecnologias. Com isso os programas conseguem acessar facilmente os códigos.É dever de todo o desenvolvedor Web respeitar e seguir os padrões de acessibilidade do W3C.

Em cerca de sete anos, o W3C desenvolveu mais de quarenta especificações técnicas para a infraestrutura da Web.
Em abril de 1995, menos de um ano após a sua criação, o Institut National de Recherche en Informatique et automatique (INRIA) tornou-se seu primeiro anfitrião europeu, seguindo-se-lhe a Ásia, em 1996, através da universidade japonesa de Keio, situada no campus de Shonan Fujisawa

Objectivos do W3C

Os objetivos da W3C enquadram-se nos propósitos da sua missão e definem-se como:

ü Universalidade: Tornar a Web acessível a todos promovendo para o efeito tecnologias que tenham em conta as diferenças culturais, linguísticas, educacionais, habilidade, dispositivos de acesso e limitações físicas dos utilizadores.
Semanticidade:

ü Desenvolver um ambiente em software que possibilite a cada utilizador obter o melhor rendimento possível e a utilização dos recursos disponibilizados na Web.

ü Confiança: Conduzir o desenvolvimento da Web com uma cuidadosa consideração pelas novas questões legais, comerciais e sociais levantadas por esta tecnologia.

ü Interoperabilidade: Promover consensos e fóruns abertos para discussões sobre as questões tecnológicas envolvidas na Web.

ü Defender a tese de que a visualização e acesso à Web devem reger-se por protocolos standard, independentemente dos fabricantes , dispositivos, marcas e modelos.

ü Evitar a fragmentação do mercado que ocorria amiúde no passado.

ü Evolutividade: Ambicionar uma tecnologia cada vez melhor que possibilite obter uma Web também melhor, sem desprezar aquela que já funciona. Os princípios que regem a implementação deste objetivo são a simplicidade, modularidade, extensibilidade e compatibilidade.

ü Descentralização: Implementar a descentralização como um princípio

Estrutura Organizacional

O W3C não tem uma típica estrutura organizacional, nem é uma corporação. Há pelo menos duas maneiras de pensar sobre como o W3C é organizado:

  1. em termos administrativos
  2. em termos processuais

Em termos administrativos: W3C é administrado através de um contrato comum entre três "Instituições" que o hospedam (MIT, ERCIM, e Keio University). A equipe do W3C (grande parte trabalha fisicamente em uma dessas instituições) é liderada por um Diretor e CEO. Uma pequena equipe de gestão é responsável pela alocação de recursos e planejamento estratégico. Os Escritórios Regionais, como o W3C Brasil, cumprem importante papel de organização internacional do W3C.

Em termos processuais: o documento sobre o processo do W3C, o Contrato de Filiação, a política de patentes, e alguns outros documentos estabelecem papéis e responsabilidades das partes envolvidas no desenvolvimento dos padrões do W3C. Alguns elementos-chave da organização são:

O Comitê Consultivo, composto por um representante de cada membrofiliado ao W3C. Tem funções de revisão definidas no processo do W3C, e

ü Eleger o Conselho Diretivo e o TAG. O Conselho Diretivo com integrantes eleitos pelo Comitê Consultivo

ü Grupo Técnico de Arquitetura (TAG) com o objetivo primordial em torno do documento "Princípios de Arquitetura da Web"

ü Diretor e CEO do W3C, que avaliam o consenso para aa decisões colegiadas do W3C

os grupos de trabalho, integrado por representantes dos membros filiados e por especialistas convidados, e que produzem a maior parte dos produtos acordados, de acordo com as etapas do Processo do W3C.

Escritórios do W3C

A missão dos Escritórios do W3C é trabalhar com comunidades regionais para incentivar a adoção das Recomendações do W3C entre desenvolvedores, criadores de aplicativos e padrões e encorajar a inclusão de organizações interessadas na criação das futuras recomendações. O W3C possui escritórios nas seguintes regiões: Austrália, Benelux, Brasil, China, Finlândia, Alemanha e Áustria, Grécia, Hong Kong, Hungria, Índia, Israel, Itália, Coréia, Marrocos, África do Sul, Espanha, Suécia, e Reino Unido e Irlanda.

Principais Conquistas

Em Fevereiro de 1998 a XML promove a interopabilidade e permite a notação de textos específicos de domínio. Sendo de lingua web, o XML se tornaria a base para dezenas de padrões que variam desde assinaturas digitais e formulários na web até as tecnologias para a privacidade.

Em Março de 2004 confere voz para web com a voice XML. O objectivo da voice XML é levar as vantagens de desenvolimento e de conteúdo na web para aplicações interactivas para respostas por voz.

Em Deszembro de 2004 descreve princípios da arquitetura da web uma descrição dos princípios que fazem a web funcionar bem.

Em Maio de 2005 lançamento da iniciativa da web móvel para facilitar o acessoa a web, e com a missão de tornar o acesso a web apartir de um aparelho móvel simples quanto o acesso por um computador.

Funções do XML

XML (Extensible Markup Language) é uma recomendação da W3C para gerar linguagens de marcação para necessidades especiais.

Entre linguagens baseadas em XML incluem-se XHTML (formato para páginas Web), RDF,SDMX ,SMIL, MathML (formato para expressões matemáticas), NCL, XBRL, XSIL e SVG (formato gráfico vetorial).

A principal característica do XML, de criar uma infra-estrutura única para diversas linguagens.

world wide web consortium (w3c). infopédia (em linha). Porto: porto editora,2003-2011.

Consultado em. 19.08.2011

SGBD

SISTEMAS DE GESTÃO DE BASES DE DADOS

Argentina Samuel

Euclides Cumbe

Osvaldo do Rosário

1. Conceitos, origem funções e tipos

1.1. Conceitos

Um sistema de gestão de bases de dados – SGBD, é, segundo Heuser (1998), “um software que incorpora as funções de definição, recuperação e alteração de dados”.

Já para Elmasri e Navathe (2005), um SGBD “é uma colecção de programas que permitem a criação, manipulação e manutenção de uma base de dados – BD”. Ou seja, um SGBD “é um software de propósito geral que facilita os processos de definição, construção, manipulação e partilha de bases de dados entre vários usuários e aplicações”. (ibidem).

Em suma pode se dizer que um SGBD é software que controla as funções de diferentes bases de dados interligadas.

1.2. Origem e evolução dos SGBD

Segundo Heuser (1998), os SGBD surgiram nos inícios da década de 70, do século passado, com o objectivo de facilitar a programação de aplicações de BD. Os primeiros sistemas eram caros e difíceis de manusear, requerendo especialistas treinados para usar um SGBD específico.

Não obstante os constrangimentos mencionados, houve na mesma época, um importantíssimo investimento em pesquisa e implementação de SGBD, que culminou com a criação, de um SGBD relacional, que passou, a partir da década de 80, a liderar o Mercado, devido ao barateamento de plataformas de hardware/software para sua execução, tendo este, se convertido em Padrão Internacional, que norteia, até hoje, o desenvolvimento de Sistemas de Informação.

Além do SGBD, relacional, (Heuser, 1998), “pesquisas na área de BD resultam também em um conjunto de técnicas, processos e notações para o projecto de uma BD”; um projecto que inicialmente era feito com técnicas empíricas por alguns poucos especialistas em SGBD específico, que é executada hoje, a partir de técnicas padronizadas e suportadas por ferramentas CASE[1].

1.3. Funções de um SGBD

“Um SGBD tem as funções de permitir aos seus usuários a pesquisa em BD para recuperar um dado específico; actualizar a base de dados para reflectir as mudanças nesse mini mundo – como são chamados os SGBD e gerar relatórios dos dados”. (Elmasri & Navathe, 2005).

Outras funções de um SGBD são a protecção e a manutenção de BD por longos períodos. Essa protecção inclui a protecção do sistema contra o mau funcionamento ou falhas (crashes) no hardware ou no software, e seguranças contra acessos não autorizados e “maliciosos”.

Assim, um SGBD tem a função de manter um sistema de bases de dados – SBD que permita a evolução dos requisitos que se alteram ao longo do tempo de vida das BD, visto essas poderem ter um ciclo de vida de muitos anos.

1.4. Tipos de SGBD

Existem no Mercado, vários tipos de SGBD, mas no presente trabalho, iremos destacar o SGBD do tipo relacional, que predomina no Mercado da actualidade. Porém, muitas ideias a serem apresentados no meio deste, aplicam-se a outros tipos, como os SGBD orientados a objecto ou objectos (relacional).

2. Classificação dos SGBD

Segundo Elmasri e Navathe (2005, p.31 e 32), existem vários critérios que concorrem para a classificação dos SGBD. O primeiro é o modelo de dados no qual o SGBD é baseado, actualmente o principal modelo de dados usado na maioria dos SGBD comerciais é o modelo de dados relacional, o modelo de dados de objecto foi implementado em alguns sistemas comerciais, mas seu uso não foi muito difundido. Os SGBD relacionais estão em contínua evolução e têm incorporado muitos dos conceitos que foram desenvolvidos nas bases de dados de objecto. Contudo, essa evolução gerou uma nova categoria de SGBD chamada de objecto-relacional.

O segundo critério para a classificação de SGBD, é o número de usuários suportado pelo sistema, desdobrando-se em sistemas de usuário único e os multi-usuários, onde os sistemas de usuário único suportam apenas um usuário por cada vez e são mais usados em computadores pessoais, por sua vez os sistemas multi-usuários auxiliam múltiplos usuários simultaneamente. O terceiro critério é o numero de sites pelos quais o banco de dados está distribuído, podendo o SGBD ser centralizado quando o banco de dados for armazenado em único site e distribuído quando esta distribuído em vários sites.

2.1. Caracteristicas de um SGBD

O SGBD tem como características principais, permitir o compartilhamento de dados e processamento transacções multi-usuários, suporte para múltiplas visões de dados, um SGBD tem ainda como característica a natureza auto descritiva do sistema de bases de dados.

3. Actores de um SGBD

São actores de um SGBD, todas pessoas que actuam num ambiente SGBD. Segundo Elmasri e Navathe (2005), “para uma pequena BD” – como uma agenda telefónica ou de endereços, “uma pessoa, em geral, define, constrói e manipula a BD”. Porém, numa BD de grande porte, como as usadas em grandes organizações, “estão envolvidos muitos actores, por isso, chamamos a esse conjunto, Sistema”. São indicados, a seguir, esses actores.

3.1. Administrador da BD

Chamado em inglês, data base administrator - DBA, é o responsável máximo pela gestão de recursos de uma BD; é o responsável pela autorização do acesso à base, pela coordenação e monitorização de seu uso e por adquirir recursos de software e hardware, conforme necessário. Este é responsável também, por questões de segurança (brechas) ou tempo de resposta do sistema. Em grandes organizações, o DBA possui um staff de assistentes que o auxiliam no desempenho de suas funções.

3.2. Projectista ou Desenhador de BD

Também chamado de Data Base Designer – DBD, um desenhador de BD, é o responsável pela concepção de BD. Suas tarefas são realizadas antes da construção e implementação da BD e da sua alimentação com os dados. Este deve comunicar-se antes, com os potenciais usuários da BD, a fim de saber quais são as suas necessidades e satisfazê-las. Esses usuários, vão desde o administrador, o próprio designer, o funcionário, até um mero consulente. Em algumas organizações, um DBD trabalha directamente com o DBA.

3.3. Usuário final

Os usuários finais, são entidades (pessoas) cujas funções requerem frequentemente, o uso da/ou o acesso à BD para consultas, actualizações e relatórios. Estes são agrupados em várias categorias:

· Casuais: aqueles que accionam a BD ocasionalmente, mas precisam de informações diferentes a cada acesso; usam uma linguagem de consulta sofisticada para especificar suas solicitações; são normalmente gerentes de médio ou alto nível, ou ainda, outros profissionais com necessidades ocasionais;

· Iniciantes: também chamados usuários finais parametrizáveis, compõem uma grande camada de usuários e o seu trabalho exige um envolvimento constante com a consulta e actualização de bases de dados, usando tipos de consultas e actualizações padronizadas, cuidadosamente programadas e testadas. Esses usuários, são normalmente bancários, funcionários responsáveis pelas reservas de voos, de hotéis, restaurantes, entre outros;

· Usuários sofisticados: incluem os engenheiros, cientistas, analistas de Mercados, entre outros, que são familiarizados com as facilidades do SGBD para implementar aplicações que atendam às suas solicitações complexas;

· Usuários autónomos (stand-alone): são aqueles que mantêm uma BD pessoal por meio do uso de pacotes de programas prontos, que possuem interfaces gráficas ou programas baseados em menus fáceis de usar. Um exemplo disso, é o usuário de um pacote para cálculo de impostos, que armazena seus dados pessoais (financeiros) para o pagamento de impostos.

· Analistas de sistemas e programadores: também chamados engenheiros de software, determinam (os analistas de sistemas) as solicitações dos usuários finais, em especial, os usuários iniciantes e os parametrizáveis, além de desenvolver as especificações das transacções customizadas que atendam a essas solicitações; já os programadores de aplicações implementam essas especificações como programas, eles testam, documentam e mantêm essas transacções. Para realizar suas tarefas, os engenheiros de software precisam estar familiarizados com toda a gama de capacidades oferecidas pelo SGBD.

Num ambiente BD, existem em adição aos administradores e projectores, outros actores que estão associados ao projecto, desenvolvimento e operação do SGBD, “estes não têm um interesse na BD para fins pessoais – são os trabalhadores dos bastidores, e são”. (Elmasri e Navathe, 2005). Eles são agrupados nas seguintes categorias:

· Projectista e implementa dores dos SGBD: são aqueles que implementam os módulos e interfaces do SGBD como um pacote, esses módulos e programas podem servir para implementar o catálogo, para o processamento de linguagem de consulta, interfaces, acesso e armazenamento temporário dos dados, entre outros;

· Desenvolverdes de ferramentas: são aqueles que desenvolvem as ferramentas, isto é, os pacotes d programas que facilitam o projecto e o uso de um SBD e ajudam aperfeiçoar o seu desempenho;

· Pessoal de manutenção e operadores: são pessoa da administração do sistema responsáveis pela execução e manutenção do ambiente hardware/software do sistema.

2.5. Modelos de Bases de Dados

Modelo de uma Base de Dados é uma descrição formal da estrutura de uma BD. por exemplo, no caso de uma escola/faculdade, o modelo poderia informar que a BD armazena informações sobre estudantes, e cada estudante possui o seu código e a sua descrição. Porém, o modelo de dados não informa quais os estudantes registados, apenas informam que a BD possui informações sobre estudantes.

2.5.1. Modelo conceptual

Um modelo conceptual é um modelo de dados abstracto, que descreve a estrutura da BD de forma independente de um SGBD particular. Isto é, este regista que os dados podem aparecer numa BD sem mostrar como estes estão armazenados a nível do SGBD.

A técnica mais difundida da modelagem conceptual, é a abordagem entidade-relacionamento (ER). Nesta técnica, o modelo é usualmente representado por um diagrama – o diagrama entidade-relacionamento (DER).

2.5.2. Modelo Lógico

Um modelo lógico é uma descrição de uma base de dados no nível de abstracção visto pelo SGBD. Assim sendo, este depende do tipo de SGBD usado. O modelo lógico descreve os dados de forma como eles são vistos pelos usuários do SGBD. Assim sendo, os detalhes do armazenamento interno de informações não influenciam a programação de aplicações no SGBD, mas podem influenciar a sua performance (por exemplo, as estruturas de arquivos usados no acesso às informações), não fazem parte do modelo lógico.

2.5.3. Modelo Físico

São modelos geralmente usados apenas por profissionais que fazem sintonia de bases de dados, procurando optimizar a performance. As linguagens e notações para este modelo não são padronizadas e variam de produto a produto.

2.5.4. Modelo representativo/de implementação

Esses modelos são mais usados nos SGBD comerciais tradicionais. Incluem o popular modelo de dados relacional, bem como os chamados modelos de dados ligados – os modelos de redes e os modelos hierárquicos, que foram muito usados no passado.

2.6. Linguagens do SGBD

Um SGBD suporta várias linguagens, cada uma com a sua finalidade. Dentre as linguagens de um SGBD destacam-se:

Linguagem de definição de dados (DDL), é usada para definir o esquema conceitual da BD, na maioria dos SGBD a linguagem DDL é usada também para definir as visões dos usuários e algumas vezes as estruturas de armazenamento, em outros SGBD podem existir linguagens como (VDL, SDL) com funções de especificar as visões e estrutura de armazenamento, outra linguagem é a de manipulação de dados (DML), tem como função especificar as recuperações e actualizações da base de dados e por fim o SQL que é uma linguagem de consulta.

2.7. Vantagens de um SGBD

Para além das características já descritas no presente trabalho, um SGBD possui outras tantas funcionalidades. Um DBA deve utilizar essas vantagens para atingir os objectivos relacionados ao projecto, administração e o uso de uma grande base de dados multi-usuários. Deste modo, são a seguir, indicadas algumas das vantagens de um SGBD.

· Controlo de redundância;

· Restrição do acesso aos dados;

· Armazenamento persistente para objectos programados;

· Armazenamento de estruturas para o processamento eficiente de consultas;

· Garante backup e restauração;

· Fornece múltiplas interfaces para os usuários;

· Representa relacionamentos complexos entre os dados;

· Garante a integridade dos dados; e

· Permite inferências e acções usando as regras.

2.8. Quando não usar o SGBD (desvantagens)

Apesar das múltiplas vantagens oferecidas pelo SGBD, há algumas situações de “altos custos” a considerar:

· Altíssimos investimentos em hardware, software e treinamento;

· Generalidade que o SGBD fornece para a definição e processamento de dados;

· Custos de segurança muito elevados, controlo de concorrência, recuperação e funções de integridade.

Outros constrangimentos de um SGBD podem advir da falta de sintonia entre o DBA e o DBD com os usuários, caso os primeiros (DBA DBD) projectem uma BD de maneira não adequada ou se a sua implementação não for feita de forma apropriada; por exemplo:

· A BD e a sua aplicação são simples, bem definidas e sem perspectivas de mudanças;

· Existência de alguns requisitos do real-time (tempo real) para alguns programas difíceis de serema atendidos devida à sobrecarga (overhead) do SGBD;

· O acesso de múltiplos usuários aos dados.

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REFEÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

EMASRI, Ramez, NAVATHE, Shamkant B. Sistema de Banco de Dados. Pearson Education do Brasil. São Paulo. 2005.

HEUSER, Carlos Alberto. Projecto de Bancos de Dados. Editora Sagra Luzzatto. Porto Alegre.1998.



[1] CASE: Computer-Aided Software Engineering, em português: Engenharia de Software Auxiliada por Computador”.Ferramenta de modelagem de Bases de Dados.